domingo, 3 de fevereiro de 2013

Licínio Ambrosio, o maior cabulista de todos os tempos! Ou o melhor se preferirem...

Licínio Ambrósio Forte, Ambrósio do lado da mãe e Forte do lado do Pai. 
Menino bem comportado, inteligente, competitivo e com uma enorme convição que pode a ser o melhor aluno de todas as escolas que irá frequentar ao longo da sua carreira de estudante.
Na escola primária, Licínio aborrecia-se com os professores porque já tinha lido todos os manuais no início do ano, a matéria dada sabia-lhe sempre a comida requentada de um dia para outro. Um enfado achava ele ter que andar ao ritmo dos seus colegas, lá foi tendo paciência, mas marcando sempre a diferença.
Terminada a escola primária, deram-se algumas alterações à forma como Lícinio era avaliado, os testes surgiram e neles a oportunidade de brilhar ainda mais.
Licínio não ia para o recreio brincar como as outras crianças, preferia ficar a fazer pequenos buraquinhos no tampo da mesa, para isso usava o alfinete do pin do seu clube que envergava sempre com orgulho, os colegas, nas suas costas chamavam-lhe azeiteiro, por causa de o mostrar pendurado na lapela.
Nunca ninguém reparou nos pequenos buraquinhos que Licínio fazia todos os dias no tampo da mesa, também nunca ninguém imaginou que Licínio aprendeu Braile sozinho na biblioteca enquanto os amigos jogavam futebol lá fora.
As notas eram sempre as melhores da turma, da escola, e talvez do país.
Licínio era admirado e invejado por todos. Quando confrontado por alguém, baixava os olhos e fixava-os com toda a força e convição no pin que trazia à lapela. "Azeiteiro", murmuravam entre dentes os colegas com alguma raiva, inveja e desconcertação à mistura. 
Mais tarde Licínio interessa-se pelo lado esotérico da vida, e pratica telepatia com a sua mãe, que por sua vez, se passa a interessar bastante pela leitura dos manuais do filho. 
Nunca ninguém imaginou que Licínio fosse um mestre de telepatia aos 14 anos de idade, nem que a sua mãe era das senhoras do bairro que melhor conhece as matérias do ensino secundário.
Com o melhor aproveitamento escolar de todos os tempos, Licínio Ambrósio Forte, recebeu cartas de muitas universidades para que se candidatasse ao ingresso nas mesmas.
Não recordo qual a área que seguiu, mas recordo que todo o percurso universitário de Licínio foi marcado por "20´s", e pela continuação dos murmúrios da palavra "azeiteiro" enquanto mantinha o olhar altivamente fixo na lapela o pin que começava a apresentar uma cor azul debotada.
Enquanto frequentava a faculdade Licínio desenvolveu uma grande paixão pela microelectrónica, nunca ninguém imaginou que ele trazia econdido no canal auditivo um micro leitor de Mp3 que com um simples toque na orelha lhe permitia "folhear" a matéria gravada pelo diminuto microfone escondido atrás do seu pin azul debotado.

No final da sua vida académica, Licínio Ambrósio Forte, tinha conseguido alcançar fama, prestígio e sucesso, continuava a ser admirado, e era considerado por muitos um heroi.

Soube recentemente que a sua mãe no cabeleireiro se descaiu numa conversa com as amigas e que caiu sobre Licínio uma enorme desconfiança e acusações. 
Licínio nunca foi descoberto, nunca se sabendo de forma clara quais os esquemas que utilizou para alcançar todos as vitórias e sucessos académicos, todavia foram-lhe retirados todos os louvores, prémios, bolsas e inclusivamente a licenciatura.

Dedicou agora à política, onde ao que parece continua a ser o melhor da classe.
Perdeu o seu pin azul, mas os colegas contiunuam a murmurar "azeiteiro" à sua passagem.

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